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Uso descontrolado de substâncias tóxicas tiram a atenção dos motoristas de todas as categorias ao volante.

Recentemente, estudo realizado por trezes instituições de ensino nos Estados Unidos e Nova Zelândia, apontou que, ao contrário do que se pensava, fumar maconha pode comprometer a cognição em longo prazo, impedindo que usuários atinjam todo o seu potencial. Isso porque a maconha é um facilitador  de quadros psicóticos, como esquizofrenia, bipolaridade, depressão aguda e ansiedade. O estudo reuniu mais de mil voluntários durante 25 anos, a partir dos 13 anos de idade. Um grupo era formado por fumantes regulares da maconha, enquanto outros não usavam a droga.

 Sobre o álcool, o Ministério da Saúde, no Brasil, realizou um estudo, que apontou que uma em cada cinco vítimas de trânsito atendidas nos prontos-socorros brasileiros ingeriram bebida alcoólica; as principais vítimas são homens com idade entre 20 e 39 anos.

Dados do IBGE revelam que o trânsito mata 43 mil pessoas por ano, número três vezes maior do que uma guerra civil como a Síria. Aos mesmo tempo, outras 124 mil vítimas são  internadas anualmente com algum tipo de lesão.

Diante desses números alarmantes, diversas empresas passaram a buscar soluções para despertar a consciência em seus colaboradores, principalmente no mercado de transportes e logística. 

 Tecnologia -  A MiX Telematics (www.mixtelematics.com.br), que desenvolve soluções de gerenciamento de frotas, criou um sistema batizado de Autowatch Alcolock, que permite avaliar se o motorista está alcoolizado e impede que ele dê a partida no veículo. Com isso, é possível registrar o resultado do teste e o momento em que ele aconteceu fechando o sistema de controle e auditoria para garantir a segurança dos motoristas e o cumprimento da lei seca, bem como a prevenção da alcoolemia na direção, conforme lei 12.619/2012. "Na Europa e Estados Unidos a conscientização sobre os perigos do álcool e das drogas é muito maior; aqui, no Brasil, precisamos de mais campanhas nacionais e programas consistentes dentro das empresas se quisermos diminuir índices tão altos", diz Luiz Munhoz, diretor da Mix Telematics e especialista em telemetria.

Drogas - "As pessoas tendem a achar que a maconha e o álcool são drogas inofensivas", diz Cristina Pisaneschi, especialista em testes toxicológicos e diretora da Chromatox (www.chromatox.com.br), laboratório especializado em testes toxicológicos. "Porém, elas causam muitos estragos e precisa haver uma conscientização não só em nossas casas, mas nas empresas", enfatiza.

 "No caso de motoristas, algumas atitudes estão sendo tomadas, como a Resolução 460, do Contran, que os obrigará a fazer testes toxicológicos nas renovações de carteiras de habilitação", explica. "Na iniciativa privada, diversas empresas usam tecnologias e campanhas internas, o que ajuda muito a reduzir acidentes e a melhorar a qualidade de vida das pessoas".

 Cristina explica ainda que empresas usam testes toxicológicos em processos de admissão e também para saber se funcionários que exercem funções de risco usam drogas. "O objetivo não é punir, mas sim alertá-los e ajudá-los a se libertar do vício", conta.

“Entretanto, para a utilização de testes de drogas no local de trabalho, torna-se necessário que a empresa tenha uma política clara, por escrito, que tenha sido discutida e acordada com todos os funcionários antes que eles sejam aplicados.  Porém, uma das principais questões a serem abordadas é: o que fazer se o teste der positivo?”, finaliza.

Cristina explica ainda que é necessário que as empresas fiquem de olho em sinais comuns e frequentes em pessoas envolvidas com álcool e outras drogas, independente de idade, classe econômica e social. São eles: queda de produtividade, acidentes de trabalho, faltas frequentes e relações familiais e sociais problemáticas.