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Notícias

25/05/2016 - Notícias
Coluna - Um Caminhão na Marginal
por NTC&LOGÍSTCA

O calor em fevereiro é infernal. O ar condicionado do seu carro pifou, as janelas estão abertas e você em plena Marginal do Tietê. De repente passa ao seu lado um caminhão, daqueles bem grandes e velhos. Do cano de descarga sai uma baforada de fumaça tóxica e quente. Você tosse e pragueja. Agora o calor também é grudento. Ufa!

Minutos depois, o tal do caminhão, que a esta altura está um pouco mais à frente, apaga no meio da pista. Um carro que vinha colado freia, mas bate na traseira do bruto, assim como outros e outro. Por sorte, você escapa do engavetamento, mas fica preso no trânsito que agora trava a Marginal. Serão horas parado em plena filial do inferno.

Sem ter o que fazer, você fica imaginando como seria bom se todos os caminhões fossem banidos da face da terra. Em parte, você tem razão. Mas não seria preciso, de fato, acabar com todos os caminhões. Até porque, junto com eles, seriam banidos os medicamentos das farmácias e a comida da sua geladeira e tudo o mais.

Bastaria começar com os 200 mil caminhões com mais de 30 anos, ou seja, perto de 7% da frota do país. Eles estão envolvidos em cerca de 25% dos acidentes graves nas estradas brasileiras. Sem contar os prejuízos ao trânsito e ao meio ambiente.

Aliás, quem mais sofre com tudo isso são as cidades: quanto mais velho um caminhão, mais perto das cidades ele roda, justamente por já não aguentar o tranco das longas viagens. Como são de tecnologia ultrapassada, mesmo os mais conservados, poluem como ninguém.

Bom, tirar tudo isso de circulação significaria acúmulo de sucata e resíduos, como graxa, óleo de motor, etc. O que fazer, então? O caminho é a reciclagem. Em vários outros países, isso existe faz bastante tempo. Recicla-se tudo, de peças até os derivados de petróleo. Quer dizer, o diacho do caminhão deixa de infernizar a sua vida e ainda contribui para com a melhora do meio ambiente.

E o que fazer com os caminhoneiros, donos da maior parte dessas 200 mil velharias? Perdem o emprego? Não, claro que não!

São muitas as alternativas para facilitar a compra de um veículo mais novo. Por exemplo, novas formas de financiamento. Supõe-se que para cada caminhão reciclado um novo seja vendido. Frota mais nova tende a reduzir acidentes favorecendo a melhorar do ar; os produtos novos fabricados pela indústria emitem menos poluentes.

Tudo isso tende a gerar mais de 285 mil empregos, R$ 18 bilhões em tributos, redução de mais ou menos R$ 5 bilhões na balança comercial brasileira, com redução do combustível importado e crescimento de 1,3% do PIB. Nada mal para um país em crise, você não acha?

Um plano elaborado por várias entidades empresariais abrangendo tudo isso está prontinho e já é de conhecimento do governo, incluindo o novo.

Agora é torcer para sair desse maldito engarrafamento.