Metade dos abonos salariais do PIS tem pagamento adiado para 2016
Em outro corte do ajuste fiscal, governo altera cronograma de pagamento de benefício. Sindicalista critica a decisão: ‘pedalada no trabalhador’.
Como parte do esforço da equipe econômica do governo da presidente Dilma Rousseff de cortar gastos, o pagamento do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) deste ano foi parcelado em mais vezes e metade ficará para 2016. A decisão foi tomada ontem pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Com a decisão, dos R$ 19,1 bilhões de gastos com o benefício previstos para este ano, R$ 9 bilhões ficarão para 2016, informou o colegiado. O abono salarial é um benefício de um salário-mínimo pago, anualmente, ao trabalhador que recebe remuneração mensal de até dois salários-mínimos.
O abono salarial é uma espécie de 14º salário para uma faixa de trabalhadores. Cerca de 4 milhões de trabalhadores, de um total de 8 milhões, receberão o benefício deste ano só no ano que vem, segundo dados do Ministério do Trabalho. Os pagamentos feitos em 2016 serão feitos de acordo com o salário-mínimo aprovado para o próximo ano. Tradicionalmente, o abono é pago de julho a outubro, de acordo com o número de inscrição do PIS do trabalhador. Desta vez, o cronograma de pagamento será de julho deste ano a março do próximo ano, de acordo com o mês de aniversário do beneficiário. n“O trabalhador está financiando o ajuste fiscal do governo”, disse Sérgio Luiz Leite, conselheiro da Força Sindical. Dos 17 conselheiros presentes, 7 votaram contra a medida, sendo 6 representantes de centrais sindicais.
O Codefat aprovou ainda um orçamento de R$ 17,1 bilhões do abono salarial para o próximo ano, já com as mudanças previstas no pacote de ajuste fiscal do governo. A partir de 2016, o benefício será pago proporcionalmente ao tempo trabalhado. Antes, o trabalhador recebia um salário-mínimo integral, independentemente do tempo trabalhado no ano. Segundo Leite, não foi decidido se o cronograma modificado de pagamento valerá para o próximo ano. No entanto, com o passivo de R$ 9 bilhões de 2015, é provável que o conselho repita a decisão, acredita o sindicalista.
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