Veja os setores atingidos pelos 35 acordos assinados por Brasil e China
Primeiro-ministro chinês foi recebido por Dilma Rousseff no Planalto. Acordos envolvem US$ 53 bi em áreas como agricultura e transporte.
Os 35 acordos assinados nesta terça-feira (19) por representantes dos governos do Brasil e da China durante cerimônia em Brasília abrangem oito áreas e totalizam investimentos de US$ 53 bilhões. A presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, acompanharam o evento, depois de uma reunião entre os dois no Palácio do Planalto. O Planalto dividiu os investimentos por áreas e setores. Veja abaixo: Para a carne bovina produzida no Brasil e comprada pela China, foi assinado um protocolo de requisito de saúde e quarentena, além de um acordo de cooperação sobre saúde animal e quarentena animal. De acordo com o Ministério da Agricultura, esse acordo permite a oito frigoríficos brasileiros exportar carne bovina para o país asiático. O embargo comercial foi suspenso em julho eretirado oficialmente em novembro do ano passado, mas, para exportar, os produtores de carne brasileiros necessitam de uma habilitação concedida pelo governo chinês. Os países também fecharam nesta terça-feira um acordo de cooperação trilateral entre o governo do estado do Mato Grosso do Sul, o Banco de Desenvolvimento da China e o grupo China BBCA sobre o processamento de milho e soja. Dois acordos de cooperação para financiamento de projetos da Petrobrassomam US$ 7 bilhões. Foi feito também um acordo de cooperação para a criação de relacionamento de longo prazo. Outro acordo, no valor de US$ 2 bilhões, assinado por Bendine e pelo presidente da companhia chinesa Cexim, também prevê acordo de cooperação para financiamento de projetos da companhia brasileira. Foi assinado um contrato de afretamento entre a Vale e a China Ocean Shipping Company (Cosco), uma empresa chinesa de transporte e logística. Outro acordo envolvendo a Vale é sobre o transporte marítimo de minério de ferro, com a empresa China Merchants Shipping. Segundo a mineradora brasileira, os dois acordos, que envolvem o Export-Import Bank of China (Eximbank da China) “estabelecem as bases para cooperação que visa a apoiar as parcerias entre a Vale e as duas empresas chinesas”. China e Brasil assinaram também memorandos de entendimento sobre projeto de compra de 14 navios de minério de ferro de tonelagem de 400 mil toneladas, e de financiamento sobre projeto de compra de 10 navios de minério de ferro de tonelagem de 400 mil toneladas. Outro prevê aquisição de 4 navios da Class carregadores de minério de grande porte. China e Brasil assinaram um memorando de entendimento sobre estudos de viabilidade do Projeto Ferroviário Transcontinental, que prevê uma ferrovia ligando o litoral do Brasil ao Peru. Foi feito também um acordo de financiamento sobre a compra de 40 aeronaves da Embraer, além de um contrato de financiamento leasing operacional para a Azul Linhas Aéreas. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), o leasing, conhecido no Brasil como arrendamento mercantil, é um contrato cuja finalidade é ceder o uso de bens de capital a outra empresa. Nesse tipo de negócio, o que gera rendimentos a uma empresa é a utilização, e não a propriedade de um bem. A empresa arrendatária passa então a fazer uso de um bem, mediante o pagamento de contraprestações por um período determinado. Foi firmado um acordo de conclusão de transferência de ações da empresa EDPR para o Grupo Três Gargantas sobre projeto de energia eólica. China e Brasil assinaram ainda um memorando de entendimento sobre cooperação na área de tecnologia nuclear, e outro sobre cooperação em promoção de comércio e investimentos para construção de painéis solares fotovoltaicos. Foram assinados dois acordos nessa área. Um deles é um plano de ação conjunta entre o governo do Brasil e o da China entre 2015 e 2021. O segundo é um memorando de entendimento para implementação de projetos para promoção de investimentos e criação de oportunidades de negócios entre os dois países. Foi assinado um memorando de cooperação financeira global entre a Vale e o Industrial and Commercial Bank of China Limited (ICBC) para oferta de serviços financeiros no valor de US$ 4 bilhões. “Pelos termos do acordo, o ICBC, um dos maiores bancos comerciais da China, poderá oferecer linhas de crédito de até US$ 4 bilhões sob a forma de empréstimos sindicalizados, empréstimos bilaterais, crédito à exportação, trade finance, entre outros potenciais instrumentos financeiros”, informou a assessoria de imprensa da Vale. O acordo, com validade de três anos, foi assinado pelo presidente da empresa brasileira, Murilo Ferreira, e pelo presidente do ICBC, Yi Huiman. Nesta área, foram 5 acordos assinados. O primeiro foi um memorando de entendimento sobre sensoriamento remoto, telecomunicações e tecnologia da informação. Outro acordo determina colaboração para financiamento e operação de Projeto Free Wifi 4G. Foi assinado um acordo entre a brasileira Vivo e a empresa de tecnologia chinesa Huawei sobre o Projeto Tech City, para ampliação da cobertura e do sinal na região do centro do Rio de Janeiro e na região do Porto Maravilha. Procurada pelo G1, a Vivo não se pronunciou sobre o acordo. Além disso, foram assinados um acordo sobre um centro conjunto de inovação na área de telefonia celular e um memorando de entendimento de cooperação estratégica em soluções fixas e móveis. O memorando de entendimento assinado pelos dois países acertou sobre parceria privada para a elaboração de um projeto no âmbito no programa de integração da Amazônia Legal para renovar e ampliar o atual Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Foi feito um acordo de cooperação cientifica, e assinado um protocolo complementar sobre a pesquisa e produção conjunta do satélite de recursos terrestres China-Brasil (Cbers) 04ª. Foi feito também um memorando de entendimento sobre oferta de treinamento em tecnologia da informação a bolsistas do programa Ciências sem Fronteiras. China e Brasil assinaram um memorando de entendimento para cooperação esportiva nas modalidades de tênis de mesa e badminton.
Foi feito, segundo o Planalto, um “acordo entre os países para o desenvolvimento do investimento e cooperação na área de capacidade produtiva e o programa de colheita precoce dos investimentos e cooperações na área de capacidade produtiva entre Brasil e China”. |